Situação de Aprendizagem 5 

O Processo de desumanização e coisificação do outro

 A desumanização é fazer com que um ser humano deixe de ser menos que outro ser humano,tirando seus direitos humanos como sua personalidade, criatividade, compaixão e amor para com os outros.
A coisificação é tratar ou transformar um ser humano como "coisa" é quando um individuo na sua vida social perde o valor essencial e passa a ser tratado apenas como coisa. O valor moral é substituído pelo valor material, cresce a necessidade da auto- afirmação do parecer, para satisfazer certos interesses. A desumanização e a coisificação do outro aparece por diversos meios dentro deles o comportamento das relações humanas.

Situação de Aprendizagem 6

Reprodução da violência e da desigualdade social

Aprendemos que a desigualdade social, podendo ser chamada também de desigualdade econômica, acontece quando a distribuição de renda é feita de forma diferente sendo que a maior parte fica nas mãos de poucos. E inúmeros estudos, ao longo de várias décadas, comprovam que isso já existe há muito tempo.
O Brasil, que mesmo estando entre as dez maiores economias do mundo, é o oitavo país com o maior índice de desigualdade social e econômica no mundo. E aumenta cada vez mais a desigualdade no mundo, sendo assim; Com a tecnologia as pessoas mais ricas possuem mais materiais e consome mais, e a classe baixa menos. Gerando cada vez mais a violência principalmente entre os jovens da classe de baixa renda, pois a exclusão social os torna cada vez mais revoltados por morarem e crescerem entre brigas dos pais, falta de bom estudo e boa alimentação, morarem em instalações precárias com grandes problemas como saneamento básico, lixões próximo de suas casas, trazendo contaminações e doenças.
Mas qual a solução para isto afinal? O bom seria que as autoridades, principais causadores dessa desigualdade, que gera a exclusão e a violência. Além de utilizar o seu poder político para influenciar nas decisões públicas, também incentivem e projetem oportunidades de uma vida mais digna e de qualidade, com oportunidades para a população de baixa renda para que possam estudar trabalhar e assim melhorar suas situações.
Não podemos, simplesmente, nos trancafiar temeroso dos famintos, precisa estar conscientes do nosso papel e de nossa responsabilidade diante de tão grave problema. Temos que lutar, juntos, para mostrar às crianças os caminhos alternativos para crescerem longe da violência. Esta poção mágica chama-se educação, porém uma educação de qualidade, universal e gratuita, vale dizer, uma educação que possibilite as camadas excluídas poder se apropriar de instrumentos que lhes garantam uma melhor inserção no mercado de trabalho e na sociedade.

 

Situação de Aprendizagem 7

O papel transformador da esperança e do sonho


Este texto se propõe a ser um complemento teórico às últimas aulas sugeridas pelo caderno de Sociologia do Ensino Médio do estado de São Paulo, contidas na situação de aprendizagem denominada “O papel transformador da esperança e do sonho”. Como reforço reflexivo, será trazido à tona o texto “Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências”, de Boaventura de Sousa Santos.

Antes de iniciar a proposta, convém fazer o elogio à comissão que redigiu os cadernos, devido à opção metodológica que tiveram em alocar a temática da tríade esperança-sonho-utopia no último capítulo, do último caderno do último ano de ensino. Acredito que esta discussão fecha a disciplina com chave de ouro, oferecendo aos estudantes uma possível resposta à questão mais insurgente após três anos aprendendo Sociologia: o que fazer com isso tudo que aprendi? Para quê serviram todas essas teorias que estudei durante meu Ensino Médio?

Espera-se que o aluno, tendo obtido ferramentas para compreender melhor a realidade social e os problemas e contradições que a compõem, entenda que à partir destas mesmas ferramentas pode pensar em soluções e possíveis alternativas que visem a melhora dessa realidade. Em outras palavras, a intenção é a de que o aluno, enxergando-se como sujeito social através das lentes da Sociologia, possa se enxergar também como um agente social: que participa, que critica e que, eventualmente, transforma.

Como exemplos de transformação social por meio da esperança e do sonho, o caderno se utiliza das experiências de três importantes personagens históricos: Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Nelson Mandela. Estes três homens, em seus dados contextos históricos, defenderam causas coletivas que visavam a mudança e a solução de problemas sociais. Optaram, deste modo, pela luta concreta de suas utopias[1], evitando a resignação e o conformismo, elementos que Boaventura de Sousa Santos reconhece como característicos daquilo que denomina de “razão indolente”.

Segundo o autor, esta forma de pensar o mundo – que é também uma forma de pensar o tempo! – tem se fortalecido cada vez mais na atualidade, sendo marcada fundamentalmente por dois fatores: a contração radical do presente e a expansão infinita do futuro. Com o tempo presente contraído, reduzido a um momento efêmero e fugaz, cria-se a sensação de que não há tempo suficiente para quaisquer tipos de mudanças sociais de larga escala. As utopias, neste sentido, tomam literalmente seu sentido etimológico de “não-lugar”, localizando-se num futuro abstrato que se encontra num ponto infinito do tempo, extremamente distante e independente do presente, que surgirá – sabe-se lá quando! – pela progressão “natural” dos eventos históricos.

Como alternativa, o texto propõe uma inversão paradigmática: a “razão cosmopolitana”, que expande o presente (expandindo também as possibilidades de experiências sociais e humanas) e contrai o futuro, aproximando-o de nosso tempo e conferindo maior responsabilidade às nossas ações. Afinal, se o futuro não é infinito num tempo abstrato, existe a possibilidade de que, por culpa do imobilismo, não haja nunca um “final feliz” na narrativa temporal do homem.


Neste sentido, cabe interpretar a utopia e a resignação como opções políticas que reverberam na história quando tomadas coletivamente. A Sociologia no Ensino Médio pode ser um bom recurso não apenas para a compreensão desta informação, mas também para a prática política daqueles que, sob as diferentes matizes, pretendam participar do caminho da utopia. Ao invés do “tudo” (aquilo que existe) e do “nada” (o que não existe), Boaventura de Sousa Santos utiliza-se dos escritos de Ernst Bloch para propôr um novo par: o “não”, a negação do que existe, e o “ainda não”, a aceitação de que há algo novo que pode vir a existir.