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A população brasileira: diversidade nacional e regional

A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.


Diversidade nacional e regional 
São as diferenças culturais e sociais que são possíveis de serem notadas entre um país e outro (nacional) e entre as diferentes regiões de um mesmo país (regionais)
Exemplo: sotaque do Baiano, do Carioca, do Curitibano, do Paulista, do Gaúcho, do
Nordestino, entre outros. Outro exemplo: cultura do Oriente Médio, do Brasil, da Rússia, da Itália, do Japão, do Estados Unidos


Diversidade social em nossa cidade ou estado
Todas as raças, crenças, modos de vida, todo tipo de cultura, todas as classes sociais, ... compõe a diversidade social. O Brasil é uma das nações onde existe maior diversidade social em todos os sentidos.
Diversidade social é uma mestição no povo brasileiro, nas expressões culturais, diferenças físicas, étnicas, etc.
Muitas vezes essas diversidades sociais podem virar uma discriminação contra a cultura, cor, raça, trabalho que acaba virando um preconceito.
 

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A formação da diversidade brasileira

lém do conceito de Darcy Ribeiro sobre como se fundou a sociedade brasileira – através da miscigenação da “raça” branca (português), negra (povos africanos) e índio (nativos brasileiros) – outros autores ao olhar de outra maneira, menos “poética”, olham, além deste primeiro momento da miscigenação um tanto forçada na maior pare do tempo entre estes três grupos.

Outros grupos que fizeram parte da formação da sociedade brasileira vieram, principalmente, da Europa. Muitos países da Europa tiveram sua contribuição na imigração brasileira: Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Suíça, Holanda,Ucrânia. Além disso, tivemos a imigração chinesa, coreana, japonesa, estadunidense, boliviana, sírio-libanesa, e outras imigrações menos representativas. Em todo caso, cada um destes grupos possibilitaram mudanças na realidade cultural no Brasil desde o século XVI. É evidente, e não podemos descartar, que o Brasil como colônia tinha outras características que hoje já não são as mesmas, inclusive naquilo que ainda é muito forte: a religião. Os dogmas católicos já resultaram em punições severas para os tidos como hereges ou pagãos. Hoje, depois de séculos de iluminismo e liberalismo, os direitos individuais se fortaleceram, como o direito a vida.

Todos os povos, isolados ou não, possuem mudanças em sua cultura com o passar do tempo. No caso brasileiro, encontramos essas mudanças no idioma, na alimentação, no vestuário. Exemplo: Mandioca (Manioca – Tupi), Nhoque (Gnocchi – italiano), calça jeans (genes – italiano, mas difundido como jeans por Levis Strauss – estadunidense). Todas estas coisas, e outras mais fazem parte do nosso dia a dia e compõem nossa cultura. Um dos primeiros a estudar esse fenômeno foi John Wesley Powell, um geólogo estadunidense. Na segunda metade do século XIX, após ter estudado a cultura indígena do oeste dos EUA, Powell começou a estudar  fenômeno da imigração italiana para o país. Deste estudo, percebeu que as características de uma cultura podiam ser adquiridas pela outra à partir do contato, a modificando, independente do distanciamento ou discriminação que um grupo cultural possa ter em relação ao outro. A esta “troca” de características, Powell deu o nome de aculturação.

Outro fenômeno que se aproxima deste é outro, mais raro: a Assimilação. Neste fenômeno, um grupo cultural mais forte “absorve” o grupo cultural mais fraco. No Brasil, muitos dos imigrantes se casaram com brasileiros, ou os seus filhos, fazendo que muito do era uma cultura de povo, mas isolada em uma família, se “diluísse” em meio a sociedade brasileira, restando apenas algumas características do povo nos descendentes destes imigrantes. Outro ponto foi a destruição dos tupinambás: as mulheres eram capturadas e forçadas a viver com os portugueses que vieram morar no Brasil; os homens, ou eram escravizados, ou mortos em “guerras justas”. Os séculos que se seguiram desde a chegada das primeiras embarcações de Portugal, os tupinambás e outros grupos étnicos deixaram algumas de suas características – produtos alimentícios, técnicas de artesanato, armas – mas a grande etnia Tupi foi dizimada.

Estabelecidos e Outsiders:

Os termos estabelecido e outsider surgiram como demandas para estruturar um caso estudado por Norbert Elias. O autor analisou o caso de delinqüência em uma cidade inglesa que ele rebatizou de Winston Parva (o nome original não é citado no livro). Assim como muitos pensadores no campo das ciências sociais, Norbert Elias foi discriminado. O seu conceito –outsider – assim como o conceito de Georg Simmel – estrangeiro – podem ser usados para descrever essa discriminação destes dois autores e do antropólogo brasileiro Florestan Fernandes no meio acadêmico. Podemos traduzir, de maneira pobre, o termo outsider como o “de fora”, alguém que não faz parte do grupo. Por não corresponder ao conceito em inglês é que ele não é traduzido.

O estudo fazia, inicialmente, uma análise da taxa de delinqüência entre dois bairros, um mais antigo e um mais novo. Foi verificado nesta análise que a taxa de delinqüência juvenil no bairro mais novo era maior que o do mais velho, entretanto, antes do terceiro ano de pesquisa, Elis mudou o enfoque ao perceber que o problema principal não estava na delinqüência, tanto que após o terceiro ano a taxa diminuiu, equiparando-se as taxas dos dois bairros. Assim, Elias começou a estudar as relações de poder que ocorriam entre estes dois bairros, e como as pessoas do bairro mais antigo discriminavam as pessoas do bairro mais novo.

(…) o grupo estabelecido atribuía aos seus membros características humanas superiores; excluía todos os membros do outro grupo de contato social não profissional com seus próprios; e o tabu em torno desses contatos era mantido através de meios de controle social como a fofoca elogiosa no caso dos que o observavam, e a ameaça de fofocas depreciativas contra os suspeitos de transgressão (…)” (ELIAS, p. 20, 2000)

A relação se mantém assim: os estabelecidos se vêem como o grupo dos “melhores”, os “superiores”, enquanto este grupo vê o grupo dos outsiders como o grupo dos “inferiores”, um grupo que não teria o que Elias chama de “carisma grupal”, algo que os estabelecidos acreditam ter. Nessa relação entre os dois grupos, os estabelecidos mantêm um estigma sobre osoutsiders. O estigma estaria ligado principalmente a falta daquele “carisma grupal”, pois o grupo menos coeso não compartilharia os valores do grupo mais coeso, o que caracterizaria uma desorganização deste primeiro grupo e, conseqüentemente, a perspectiva de que tal grupo não deveria ser bem visto. O estigma, ao contrário do preconceito, não se dá por cada indivíduo, mas sim pelo grupo todo.

No caso de Winston Parva, o que produzia a distinção entre os dois grupos era diferença de tempo dos bairros: O grupo dos estabelecidos já vivia há três gerações na região, enquanto osoutsiders moravam em um loteamento recente. Essa estabilidade criada pelo tempo possibilitava uma maior coesão dentro do grupo dos estabelecidos, estruturadora de um poder, e este poder seria usado em prol do grupo como forma de manter-se o poder. Elias entendia que esta era apenas uma das várias justificativas para o poder que os estabelecidos poderiam ter. As outras justificativas de poder de um grupo poderiam se constituir na cor, religião, etnia, nacionalidade, ou outras formas de reconhecimento de pertencimento de um grupo mais coeso, operando em contraposição a um grupo de coesão mais fraca ou inexistente (religião com maior poder x religião com menor poder, etnia com maior poder x etnia com menor poder, etc.). Essa presença de organização de grupo mai coeso é que o possibilita a manutenção do poder dentro deste grupo, contanto que o outro grupo se mantenha sem coesão ou com coesão mais fraca do que o grupo mais coeso. Esta coesão não é um simples caso dela existir ou não. A existência de uma coesão, em qualquer grupo estabelecido, se constitui através da aceitação das regras do grupo por todos os seus membros. Em Winston Parva, o resultado desse poder e coesão dentre os estabelecidos mantinha um controle em cargos públicos de eleição direta da população local, como cargos em conselhos, principalmente, os quais os outsiders não conseguiam obter pela falta de coesão da população do novo loteamento.

 

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Tensões na formação da diversidade



Durante os dois primeiros séculos da colonização portuguesa, a população do Brasil foi constituída por indígenas, africanos e portugueses. Houve ainda nesse período uma pequena participação de franceses, holandeses e ingleses. Dessa forma, a mestiçagem entre índios, negros e portugueses  foi imensa, formando a base cultural brasileira. Mais tarde surgiram ainfluencia de outros povos que pra cá imigraram, principalmente a partir do século XIX até a década de 1930, já no século XX, destacando-se italianos, espanhóis, alemães, poloneses, japoneses e árabes que se instalaram em diversas regiões do país. Nas últimas décadas do século XX e inicio do XXI, latino-americanos, chineses, coreanos, angolanos e outros povos africanos compõem os novos grupos deimigrantes que se deslocam para o Brasil. Historicamente todos esses povos tem contribuído para a formação da diversidade cultural de nosso país, o que reflete em modos de vida, idéias, normas e valores, tanto em seus aspectos materiais quanto imateriais.
  Segundo dados do IBGE, cerca de 40% da população brasileira não são naturais do município de residência e 16% não são procedentes da unidade dafederação em que moram. Os últimos censos detectaram que 75% dos movimentos migratórios realizados tinham como origem e destino áreas urbanas, 12,4% áreas rurais-urbanas, 7,7% urbano-rurais e 4,8% destinavam-se as áreas rurais. Esses números mostram que predominam movimentos migratórios dentro da unidade federativa de origem. E que há um crescimento entre os fluxos urbano-urbano e intrametropolitano, ou seja, aumenta o número de pessoas que migram de uma cidade para outra no mesmo estado ou numa determinada região metropolitana em busca de melhores condições de moradia. Mas ainda permanecem os movimentos interestaduais, de uma unidade da federação para outra. Outro ponto revelado pelos dados sobre os movimentos migratórios atuais é o dos fluxos de retorno, principalmente para o Nordeste.Apesar desse retorno de migrantes, os estados que apresentam maior emigração continuam sendo os nordestinos, principalmente PB, PI, PE e BA.
Conclusão:
Pode se dizer que o Brasil é um pais com grande diversidade, isso por conta das migrações que ocorreram em nosso pais começando pelos portugueses, que ao desembarcar em nossas terras trouxeram novos costumes, manias, alimentos, eles tiveram grandeinfluencia nas mudanças de nossa cultura, claro que alguns costumes permaneceram alguns mudarão e outros se transformaram. Com isso teve a migração de outras pessoas de outros países que se casaram com nativos e assim surgiu a mistura de pessoas pardas, negras e brancas em nosso pais, podemos levar em conta que com essas pessoas que migraram veio a cultura. E é isso que faz nosso pais ser tão diverso em sua formação.